Day 78
Faido, Switzerland
Depois de uma bela noite de descanso e depois do apagão da enxaqueca, partimos para Faido, por onde passa o maior túnel do mundo.
E para questões de segurança, tivemos que colocar aquelas roupas lindas laranjas de segurança, para poder entrar no túnel. Ao todo, são 57km por baixo de diferentes camadas geológicas dos Alpes, interligando Zürich na Suiça a Milão na Itália, com um investimento de quase 30 Bilhões de Francos Suiços e duração de 30 anos de obras, para melhor o tempo de viagem em até 78%.
Ainda bem que a Suiça é um país rico e pode pagar por tudo, porque, em comparação com o Brasil, temos nosso trecho Campinas - São Paulo - Rio de Janeiro, que está deixando todos loucos e gerando muitas controvérsias por causa do custo, viabilidade, e blá blá blá.
As técnicas que os engenheiros desenvolveram para fazer esse túnel é realmente incrível, desde a fabricação do Tatuzão (leia-se Broca gigante para os leigos) até o sistema de resgate e emergência independente.
E uma coisa que me deixou bem fascinado é que, diferentemente do Brasil, China e India, onde a mão-de-obra é barata, aqui, como sabem, é bem mais cara, então não se encontra 30 trabalhadores no mesmo local, sendo que 25 não estão fazendo nada. Se eu vi no túnel todo 15 trabalhadores, é muito. Juro, não sei como conseguem fazer tudo dentro do prazo com pouca gente. Se bem que aqui todos são realmente profissionais...
Mais uma vez, a parte de turismo não tem nada, nem Faido, que parece ser bonita e pequena e cheia de charme... fica pra próxima!
Próximo destino, St. Gallen.
Depois de ter que vestir essa roupa linda, me senti um engenheiro de verdade! Hahaha
Ali, fomos ver a parte crítica do projeto, a parte central, onde o volume de pedra escavado é só 5x maior do que a pirâmide de Quéops, a maior das três no complexo de Gizé (no total 13.300.000 m³ de pedra dos Alpes). E o incrível é que eles utilizam essa mesma rocha para converter em agregado para concreto, cerca de 5 milhões de toneladas disso, e tudo isso feito no local da escavação.
E é lógico, pensando sempre no meio ambiente, pois fazer uma obra dessas sem pensar, é loucura!
Depois de visitar o túnel, fomos para um "museu", o InfoCentro, essa construção logo abaixo, onde estão expostos algumas ferramentas usadas, bem como uma maquete mostrando o tamanho do Tatuzão e alguns videos explicativos, com muitas figuras e textos para ler, sempre em Inglês, Alemão, Francês e Italiano, porque os Suiços não se decidem qual a língua oficial...
E tanto em Faido quanto em St. Gallen, o idioma oficial é o Italiano. E quem disse que dá pra entender alguma coisa? Eu tenho MUITA dificuldade de entender...
E para piorar a situação, aconteceu o seguinte:
Depois dos professores se enrolarem para pedir o almoço para todos e nos servirem 3 pratos diferentes mais uma sobremesa, todos estavam prontos para sair, quem quis ir no banheiro foi, quem quis fumar foi e tudo mais. Eu resolvi ir me aliviar também, eis que quando chego no banheiro, ouço alguém batendo na porta. Eu falei que estava ocupado e a pessoa me respondeu: você poderia me tirar daqui? Eu me tranquei e não tem maçaneta para abrir.
Fãck! O doido viu que não tinha maçaneta e mesmo assim fechou a porta. Fui lá tentar pegar um garfo, colher, chave, tudo, para tentar tirar o infeliz de lá, mas nada funcionava, tive que chamar a garçonete que só falava italiano (uma senhora de idade BEM avançada). "Excusi, un ragazzo en lo baño, no sale, podes ajudar?" Só para vocês sentirem o drama do meu italiano... Depois de tentar explicar o que era uma MAÇANETA pra senhora, ela deu risada e saiu falando: Excusi excusi... bla bla bla whiskas sachêt, bla bla bla, excusi excusi!
E a véia me volta com a maçaneta na mão! Fantástico! Acho que o cara nunca ficou tão feliz na vida ao ver uma maçaneta...
Enfim, mais um pouco de engenharia e depois fomos curtir uma noitada em St. Gallen. Lógico que passamos no Hostel e deixamos nossas coisas, tomamos banho e jantamos (macarrão, carne moída, purê de maçã e queijo parmesão ralado! Pega essa... uma delícia!).
E no barzinho cai na besteira de tentar provar uma famosa "Caipirinha". Já que a primeira bebida era por conta do professor, vamos pedir algo mais caro né? Porque eu não aguento esse custo de vida suiço não...
Resultado: Capirinha de açúcar mascavo, com cachaça Pitú, fraca e ruim... Eu já sabia, mas tinha que provar para ter certeza! Na verdade, queria uma de morango ou de frutas vermelhas, mas a garçonete deu risada quando falei que queria uma Caipirinha sem ser de limão, até eu explicar para ela que eu era Brasileiro... dai ela parou de rir e disse que não poderia fazer a troca de frutas...
Enfim, foi uma experiência para não se repetir!
Acho que o mais surpreendente foi que nosso professor ficou no bar com a gente até altas horas, e tive o prazer de conhecê-lo "pessoalmente" (digamos que nas aulas parece um holograma dele). Ele trabalhou no Rio de Janeiro por 3 anos e gosta muito de lá, ficou interessado na Unicamp e pediu contato do meu professor. Scored! Ponto pra mim quando voltar pro Brasil!!!
Depois disso, já era hora de voltar pro Hostel, a pé, lógico porque nessas horas da manhã não existe transporte público a não ser taxi, no thanks...
Vish, ficou grande o post! Mas tem bastante coisa legal né? Hahahaha
E detalhe, a primeira foto não era de Faido, acabei nem tirando porque ficamos 99% dentro do túnel... sorry!
Adele!